Os desafios do Brasil para a entrada na Era Digital

A adoção de novas tecnologias pelos governos não é mais uma possibilidade e sim uma realidade. As vantagens dessas novas metodologias se aplicam a empresas privadas e públicas, beneficiando prestadores de serviços e os usuários destes. Enquanto está sendo iniciada por aqui, a implementação de tecnologias inovadoras no governo, chamada de GovTech, já se encontra em um cenário bastante avançado em outros países.

Os recentes avanços de técnicas e instrumentos fazem parte da 4ª Revolução Industrial. “Uma série de serviços que antes eram realizados de forma burocrática e presencial, agora podem ser feitos digitalmente e de maneira integrada”, informa Márcio Coimbra, presidente da Fundação da Liberdade Econômica (FLE). “O que proporciona mais agilidade, segurança e facilidade para a população”, complementa ele.

Apesar de já ter atualizado alguns de seus serviços para o meios digitais, o Brasil ainda deixa a desejar nessa questão. É o que afirma Eduardo Fayet, especialista da FLE e Doutor em Engenharia de Produção, para o #10 episódio do podcast Liberdade em Foco. A conversa pode ser conferida no site da instituição e no Spotify.

 “Precisamos avançar de forma estrutural, em que o Governo se prepara, por inteiro, para a implementação destes métodos avançados”, argumentou. A condução do país na entrada nessa nova era também é criticada pelo especialista, “os gestores têm optado por uma digitalização de procedimentos quando a melhor forma de fazê-lo é primeiro se organizar internamente”, analisou.

As vantagens da modernização podem ser compreendidas além das tecnologias, sendo observadas também na atualização do quadro de servidores com a efetivação de técnicas mais eficazes. O que reduz, significativamente, o tempo empenhado e os custos, aumentando a eficácia do serviço prestado e proporcionando maior comodidade ao cidadão.

Essa conjuntura pode alterar um antigo problema brasileiro: a burocracia. Algo que, para Coimbra, não está sendo enfrentado de maneira eficiente por aqui. “O Brasil não está completamente modernizado. Ainda estamos um passo atrás do que se entende como governo digital”, assegurou ele.

Além disso de simplificar os serviços públicos, os novos instrumentos possibilitam o gerenciamento da prestação de contas aos cidadãos e aos órgãos de controle com uma maior transparência de informações.

Já existem leis que garantem que esta responsabilidade fiscal seja cumprida pelo Estado, mas ainda falta uma definição maior para superar a burocracia estatal e estabelecer processos que sejam acompanhados em todas as suas esferas.

Como uma das maiores economias do mundo, Fayet avalia que “o Brasil precisa entrar nessa era digital com mais ímpeto e liderando esse progresso para resolver os problemas com maior objetividade e assim oferecer à população resultados objetivos em menor tempo”, recomendou ele.

O especialista defende que este novo panorama viabiliza maneiras inovadoras para transformar a gestão pública, aprimorando a organização realizada atualmente. Ele especifica que este processo pode acontecer de duas formas: por meio da adoção simples e através da adoção específica.

“O primeiro caso se refere à adesão de tecnologias já existentes no mercado e que podem ser empreendidas na máquina do governo como um todo”, ressalta ele. “Já a segunda linha se trata da promoção de inovações que vão transformar problemas próprios de uma realidade em particular”, conclui.

Foto: Jornal de Brasília

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